quarta-feira, 9 de junho de 2010

Deficiência Auditiva

DEFICIÊNCIA AUDITIVA

- O QUE É?

Deficiência auditiva é o nome usado para indicar perda de audição ou diminuição na capacidade de escutar os sons. Essa deficiência é também conhecida como hipoacusia que é a incapacidade parcial ou total de audição. Qualquer problema que ocorra em alguma das partes do ouvido pode levar a uma deficiência na audição. A perda desta capacidade pode ser devida a alguma anomalia no ouvido externo, médio ou interno, podendo ser unilateral, isto é, num dos ouvidos, ou é bilateral, afetando ambos os ouvidos.

O deficiente auditivo é classificado como surdo, quando sua audição não é funcional na vida comum e hipoacústico, aquele cuja audição, ainda que deficiente, é funcional com ou sem prótese auditiva.

Tipos e causas deficiência auditiva

Entre as várias deficiências auditivas existentes, há as que podem ser classificadas como condutiva, mista ou neurossensorial (conhecido também com sensorioneural, que é o estágio mais agudo da deficiência).

A hipoacusia (deficiência auditiva) condutiva ou de transmissão é causada por um problema localizado no ouvido externo e/ou médio, que tem por função "conduzir" o som até o ouvido interno.

Esta deficiência tem como um dos fatores o acúmulo de cera no canal auditivo externo, gerando perda na audição. Outra causa são as otites. Quando uma pessoa tem uma infecção no ouvido médio, essa parte do ouvido pode perder ou diminuir sua capacidade de "conduzir" o som até o ouvido interno. A deficiência auditiva condutiva em muitos casos é reversível e geralmente não precisa de tratamento com aparelho auditivo, apenas com cuidados médicos pode ser corrigida através de tratamento clínico ou cirúrgico.


A hipoacusia mista pode ocorrer numa alteração na condução do som até ao órgão terminal sensorial, ou seja, quando há ambas as perdas auditivas: condutiva e neurossensorial numa mesma pessoa.

A hipoacusia neurossensorial ou de percepção, pode resultar de uma lesão ou problema no ouvido interno. Nesse caso, não há problemas na "condução" do som, mas acontece uma diminuição na capacidade de receber os sons que passam pelo ouvido externo e ouvido médio. A deficiência neurossensorial faz com que as pessoas escutem menos e também tenham maior dificuldade de perceber as diferenças entre os sons. Há vários fatores que causam essa deficiência, sendo um deles o genético. Algumas doenças, como rubéola, varíola ou toxoplasmose, e medicamentos tomados pela mãe durante a gravidez podem causar rebaixamento auditivo no bebê.

Ø PRINCIPAIS CAUSAS:

As causas da surdez podem ser dividias em: pré-natais, peri-natais e pós natais. As causas pré-natais são:

  • Hereditárias (A deficiência auditiva pode ser transmitida geneticamente de geração em geração, particularmente quando existem casos de surdez na família);

As causas peri-natais podem ser:

As causas pós-natais podem ser:

  • Doenças infecciosas;
  • Bacterianas (ex.: meningites, otites, inflamações agudas ou crónicas das fossas nasais e da naso-faringe);
  • Virais;
  • Intoxicações;
  • Trauma Acústico.

A incompatibilidade de sangue entre mãe e bebê (fator RH) pode fazer com que a criança nasça com problemas auditivos. Uma criança ou adulto com meningite, sarampo ou caxumba também pode ter como seqüela a deficiência auditiva.

Infecções nos ouvidos, especialmente as repetidas e prolongadas e a exposição freqüente a barulho muito alto também podem causar deficiência auditiva.

Como reconhecer

É extremamente importante que a deficiência auditiva seja reconhecida o mais precocemente possível. Para tanto, os pais ou responsáveis devem observar as reações auditivas da criança. Os especialistas da área são enfáticos quanto à necessidade de tratamento o mais cedo possível. Nos primeiros meses o bebê reage a sons como o de vozes ou de batidas de portas, piscando, assustando-se ou cessando seus movimentos. Por volta do quarto ou quinto mês a criança já procura a fonte sonora, girando a cabeça ou virando seu corpo.

Se o bebê não reage a sons de fala, os pais devem ficar atentos e procurar aconselhamento com o pediatra, pois desde cedo o bebê distingue, pela voz, as pessoas que convivem com ele diariamente.

Deve-se também estar atento à criança que:

- assiste à televisão muito próxima do aparelho e que pede sempre para que o volume seja aumentado;
- só responde quando a pessoa fala de frente para ela; não reage a sons que não pode ver;
- pede que repitam várias vezes o que lhe foi dito, perguntando "o quê?", "como?" ou
- tem problemas de concentração na escola.

Crianças com problemas comportamentais também podem estar apresentando dificuldades auditivas. Até uma ligeira perda na capacidade de percepção auditiva pode influenciar o comportamento e o desenvolvimento da criança.

O que fazer



Uma vez constatada a deficiência, deve-se buscar um especialista em Otorrinolaringologia ou Fonoaudiologia o quanto antes. É necessário realizar um teste auditivo e outros exames médicos para localizar a deficiência.

Detectada a deficiência auditiva, avalia-se a necessidade e a importância da indicação correta de um aparelho auditivo, o qual deve estar adaptado às necessidades específicas de cada pessoa. aparelho auditivo



No caso da deficiência em crianças, deve-se observar que há diferentes tipos de problemas auditivos e deve-se recorrer a métodos que melhor se adaptem às necessidades de cada criança.

Sempre que recomendado pelo especialista, o aparelho de amplificação de som individual deve ser providenciado o mais cedo possível. Deve haver também cuidados com sua manutenção para que um aparelho quebrado ou mal ajustado não prejudique ainda mais a criança com deficiência.

Como evitar

Há várias formas de se evitar a deficiência auditiva. A mulher deve sempre tomar a vacina contra a rubéola, de preferência antes da adolescência, para que durante a gravidez esteja protegida contra a doença. Se a gestante tiver contato com rubéola nos primeiros três meses de gravidez, o bebê pode nascer com problemas de audição.

Também devem ser evitados objetos utilizados para "limpar" os ouvidos, como grampos, palitos ou outros pontiagudos. Outro cuidado a ser observado é para a criança não introduzir nada nos ouvidos, correndo-se o risco de causar lesões no aparelho auditivo. Se isto ocorrer, o objeto não deve ser retirado em casa. A vítima deve procurar atendimento médico.

HIPOACUSIA E A EDUCAÇÃO

Temos a obrigação e o dever de prevenir, diagnosticar e educar para mais tarde termos pessoas adultas que possam vencer barreiras, que as deficiências auditivas trazem e tornarem-se cidadãos úteis, independentes, integrados e se possível, mais felizes.

No passado, costumava-se achar que a surdez era acompanhada por algum tipo de déficit de inteligência. Entretanto, com a inclusão dos surdos no processo educativo, compreendeu-se que eles, em sua maioria, não tinham a possibilidade de desenvolver a inteligência em virtude dos poucos estímulos que recebiam e que isto era devido à dificuldade de comunicação entre surdos e ouvintes. Porém, o desenvolvimento das diversas línguas de sinais e o trabalho de ensino das línguas orais permitiram aos surdos os meios de desenvolvimento de sua inteligência. No Brasil usa-se a LIBRAS linguagem brasileira de sinais.libras

O professor pode suspeitar de casos de deficiência auditiva entre seus alunos quando observar os seguintes sintomas: Excessiva distração; freqüentes dores de ouvido ou ouvido purgante; dificuldade de compreensão; intensidade da voz, inadequada para a situação, muito alta ou baixa ou quando a pronúncia dos sons é incorreta.

Dependendo do grau de deficiência auditiva, a educação especial deve ser indicada e iniciada o quanto antes. Atualmente, a educação inclusiva é uma realidade em muitos países. Fato ressaltado na Declaração de Salamanca que culminou com uma nova tendência educacional e social.

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